sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Liebe… Love… Amour… Amore… Amor…


Tanta forma de o pronunciar, de o demonstrar e, no entanto, parece-me que já ninguém se apaixona e ama de verdade!!!

Calma, calma… Estou só a colocar o meu ponto de vista!!! Não têm de concordar comigo. Até espero que não estejam de acordo e “pratiquem” exactamente o contrário. Apaixonem-se perdidamente… Amem de corpo e alma… Vivam a 100% os vossos sentimentos e desejos. Mas hoje apetece-me fazer um “elogio” ao amor... simplesmente isso…

Hoje em dia apercebo-me que as pessoas se apaixonam por uma questão prática. Sim, prática! Porque lhes dá jeito. Porque se dão bem e não se chateiam muito. Porque faz sentido. Porque são colegas de trabalho e estão ali mesmo ao lado. Porque sim. E porque não… Os amores impossíveis quase já não existem, pois já ninguém aceita amar sem uma razão. E neste caso, até acho um pouco acertado!

O amor transformou-se num acto de convivência. A paixão, que devia ser desmedida, é na medida do possível… O amor tornou-se numa questão prática. Conclusão… Em vez de se apaixonarem, ficam praticamente apaixonadas… Em vez de amarem, vão ficando… e assim sucessivamente até ficarem, novamente, num acto de convivência!

Já ando um pouco farta de conversas da treta, de compreensões, de conveniências de serviço. Bolas!!! Já ninguém se apaixona? Já ninguém aceita a paixão pura, a emoção, a saudade, o desequilíbrio, o medo, o custo, a loucura, o amor?! O amor é uma coisa… a vida é outra bem diferente… Por isso, hoje quero fazer um elogio ao amor puro, ao amor cego, ao amor “estúpido”, ao único amor verdadeiro que há… o amor total!

O amor não deve ser um escape, um alívio, um intervalo, uma ajudinha, uma pancadinha no ombro, uma pausa, um posto de SOS da auto-estrada da vida...

Para onde quer que vá ou olhe, já não vejo praticamente romance, abraços, flores, carinho, mãos dadas, cumplicidade, brincadeira... Parece que o amor já não se demonstra, têm vergonha, sentem-se pouco à vontade com tão nobre sentimento.

Amor é amor… É aqui que reside a beleza, o “perigo” do acto. O amor não é para ser compreendido! Não é para ser percebido! É para ser vivido! É para nos levar de repente ao céu… a tempo de ainda entrarmos um bocadinho no inferno. Sim, porque é sempre bom termos um pouco de calor, de paixão, de loucura, de diabrura no nosso céu! O amor é uma coisa… a vida é outra bem diferente…

O amor não é um princípio, não é um meio, não é um fim… não é um destino, não é uma vida. O amor é um estado de quem o sente, de quem o vive. O amor é a nossa alma a libertar-se, a voar, a correr atrás do desconhecido. O amor é um acto verdadeiro. O amor é uma coisa… a vida é outra bem diferente…

O amor é muito mais belo que a própria vida, e muito mais simples! Não acham?! Reparem… Num simples momento, num simples olhar, num simples sentir… o coração é atingido para sempre. Ah pois é!

Ama-se alguém verdadeiramente, por muito longe que esteja, por muito difícil que seja, por muitas adversidades que possam existir... O coração guarda o que se nos escapa das mãos. E durante o dia, durante a noite, durante a vida, quando não esta lá quem se ama, não é ela que nos acompanha - é o nosso amor, o amor que temos por essa pessoa. Não é para perceber, é sinal de amor puro não se perceber, amar é não se ter, querer e guardar a esperança, doer sem ficar magoado, viver sozinho, triste, mas mais acompanhado do que quem não vive. Não se pode ceder. Não se pode resistir. Não se pode fugir. A vida dura a vida inteira, mas só o amor puro a pode fazer valer!

A vida é uma coisa, o amor é outra bem diferente...

5 comentários:

Unknown disse...

Lieb... Love... Amour... Amore... Amor... Nunca o senti verdadeiramente. Nunca amei loucamente, sem medida, em desatino, com entrega total. Brinquei com este sentimento quando o tinham por mim, e agora... Nunca pensei que estaria alguma vez sozinho. Errado! Nunca me senti tão sozinho como agora, e estou no meio da multidão!
Pronto, amiga! Já sei o que estás a pensar. Nunca mais esqueci o que me disseste: “Estás rodeado daquilo que plantaste durante a vida. Podes não ter a flor desejada no teu jardim, mas estás rodeado de grandes árvores, os amigos! Os conhecidos enfeitam-no durante apenas umas estações, os verdadeiros amigos embelezam-no eternamente ou até os saberes cuidar!” Tens toda a razão. Não preciso olhar pela janela para saber que eles lá estão. E tu és uma das árvores milenares, que enfrenta tempestades, intempéries, maus tratos, mas continuas esbelta, firme, a espalhar os frutos e o aroma do amor, da amizade, da vontade. E hoje, também eu, quero fazer-te um elogio de amor, de amizade, de verdade. És uma lindíssima árvore que embeleza os jardins da vida de muitas pessoas. É um prazer e uma honra “cuidar” de ti até à eternidade.
Fazes pensar, fazes-me pensar! Estamos em constante "desacordo"! Tu és a luz, eu sou a sombra. Tu és o positivo, eu sou o negativo. Tu és o branco, eu sou o negro. Tu és a paz, eu sou a guerra. Tu és o coração, eu sou o corpo... Obrigado por pores a malta a pensar e a incendiar tantas cabeças, corações e almas. Continua a ser assim... Simplesmente assim, simplesmente a luz no negro da vida, simplesmente a lua na noite escura, simplesmente tu!

Beijos.

Anónimo disse...

Palavras simples para descrever o "amor" dos tempos actuais, o "amor" do consumo. Adquire-se numa loja perto, consume-se até fartar, depois o trocamos por outro mais novo, mais belo, mais mais mais, numa busca constante de consumo. A falta de compromisso, de empenho, de entrega é a constante na vida actual. Não se luta por nada, não se vive nada. É pena! Mas também me identifico com este "amor" de consumo, pelo comodismo e facilitismo que me trás. Ainda bem que existem as "excepções há regra", os resistentes, os loucos por amor que contrariam esta carneirada geral. Acredito que a autora deste blog seja uma dessas resistentes que apesar de viver um "amor" de consumo se empenha por um amor puro. Bons temas, bom uso da palavra. Continue.

Lua disse...

Olha olha quem é ele!!!! Afinal também usas o computador!?!? :D
Meu amigo, sabes bem que continuo em desacordo! :D Além das lindas árvores e flores que embelezam o teu jardim há muito tempo, tens duas lindas plantas a crescer nele. O amor, de que eu falo, não é apenas o amor de mulher e homem, é o amor entre os seres... mulheres, maridos, pais, familiares, amigos, filhos... filhos meu amigo! Olha bem para essas lindas plantas que estão a crescer e que tu tens cuidado lindamente. Não estás sempre junto, mas quando estás preenches mais e melhor o vosso tempo do que alguns que estão sempre lá... ou não! E este é sem dúvida O "amor puro"! ;)
Mais um desacordo? Não me parece.
Beijos.

Lua disse...

Bem-vinda Miriam!
Quando escrevi acerca deste tema, utilizei inicialmente palavras duras, cutiliantes (como uma amiga as descreveu) e resolvi "adoçar" um pouco a escrita. Também penso neste amor actual como um "amor de consumo", do fácil, do descartável, mas acredito piamente no outro amor. Já o vivi e, de certa maneira, ainda o vivo. Mas tenho plena consciência da falta de empenho, de lealdade, de verdade, de coragem em lutar por esse amor puro. Conheço bem este sentimento...já me tocou à porta!
Obrigada pelas palavras de incentivo.

Anónimo disse...

Meu amor... ;) Entendo o que sentes... a sociedade em que vivemos cria cada vez mais pessoas com um instinto individualista e que acabam por temor de se magoarem, por acharem que têm de valer mais os seus direitos, que por terem tanta noção do seu “espaço pessoal”, se esquecem de simplesmente: dar...sem pedir nada em troca...porque no fundo são mais exigentes no receber e exacerbam tanto o seu “dar” que acabam por se esquecer de “esquecer” esse nosso natural egocentrismo humano e o equilíbrio necessário deste maravilhoso e complexo ecossistema amoroso se esvai por entre as suas mãos...e sempre, sem excepção, perde-se tempo irreversível. Para muita gente isto é um facto vivido, é algo que acontece frequentemente na nossa sociedade.

É genuíno a decisão entre vivermos por um amor consumista ou um amor de entrega do nosso ser mais íntimo. Ambas são válidas e não tenho críticas quanto a essas opções. Penso é que temos de saber quando as ter e assumir todas as consequências dessas vivências. Mas sei que quando descobrimos o amor de entrega...nada mais na nossa vida será o mesmo, especialmente se é correspondido e vivido na sua plenitude. Nem mesmo o amor de consumo voltará a ter o mesmo enunciado no nosso dicionário.
E eu posso-te contar muitas histórias de verdadeiro amor...simples e de saudade...e uma delas tu própria a podes ler no meu olhar, no meu sorriso, nos meus suspiros. Sei o que é sentir a saudade de um beijo, de um gesto, do cheiro, da partilha de uma conversa de horas quando tem de se resumir tudo num telefonema diário de 10m...poupo em conversas telefónicas para poder “voar” para o meu destino favorito, o do meu amor...aquele a que chamo meu “lar doce lar”...porque quando estou longe, me sinto meio ausente...porque parte de mim está a 2000Km de distância...no entanto sinto-me sempre acompanhada desse apoio constante e tão maravilhoso que é o do meu “amor”. Ele tem defeitos e qualidades como qualquer um de nós mortais, mas como tu sabes...eu estou perdidamente apaixonada por tudo o que ele pode ser ou não ser, porque o aceito assim, não o quero mudar, quero-o descobrir no seu todo...para “nos” descobrir assim também. Quero e sinto amor no dar e quão também bom é receber. Mas não sejamos utópicos (!!!), as dádivas interpessoais devem ser tanto desinteressadas como devem ter um seu “quê” de critica, dado que não se pode alimentar uma relação quando não existe comunhão, quando apenas existe egocentrismo de uma das partes! A partir do equilíbrio de ambas as dádivas, desinteressadas ou não, entre os seres que partilham o mesmo coração nasce o respeito, nasce a cumplicidade, nasce a intimidade, nasce a chama que alimenta o amor. E é isso que sinto...quão belo é o amor, quão belo é dar, quão belo é receber, quão belo e maravilhoso é partilhar, apoiar...amo-te...quão bela palavra para enunciar um universo de emoções que “nos” fazem sentir tão íntimos da felicidade... Acredita, o amor existe e não é um sintoma superficial, é uma dádiva que acompanha a vida! E já agora...eu sei que tu sabes o que eu sei... ;)